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Jucklin Celestino Filho

IGNÓBIL BAJULADOR

Conheço desses que por fora

Faz pose de nobre,

Coisa e tal. 

É cordeirinho com quem tem poder,

Tigrão com o pobre,

A quem detesta,

A quem odeia. 

Camarada, não há escusas,

Pois por fora sorrir,

Mas por dentro chora,

E sua voz

De ridículo sobressai,

Fazendo coro com vós,

Distinto senhor,

Que se agride,

Aí reside 

De quatro cair

E se presta

A sabujo, seguindo trilho

Da humilhação:

Quanto mais se humilha,

Mais quer se humilhar 

Para manter seus ganhos,

Espúrios arreganhos

De tacanha bajulação:

Bajula a quem o maltrata,

Beija a mão

De quem o pisoteia,

De rastro,

Serve de capacho 

Àquele que venera

Não como patrão,

Todavia, como absoluto senhor,

Contanto que espera 

Que seus ignóbeis desejos 

Sejam satisfeitos, e venham 

Lhe propiciar 

Receber os sobejos

Que lhe convenham,

Vendendo a honra qual Judas,

Por 30 moedas de prata,

Se enforcando pelo preço pagar

A que bem merece, por ser 

Um ignóbil bajulador!