Naquela casa assobradada,
Hoje fechada,
Ela morava.
Lá eu me enganava
E sonhava que um dia
Ela abriria a porta
E me diria: eu te amo,
Mas ela nunca o disse,
Lá eu a pegava
E a devolvia,
Lá eu senti que o adeus chegaria,
Lá eu a via
Linda e sorridente,
Mas o seu sorriso
Somente durava até eu chegar lá,
Na sua frente.
Mas eu a amava;
Lá eu fiz a ela mil juras de amor,
Mas os seus ouvidos e o seu coração
Eram surdos.
Eu parava antes de chegar lá
Só para namorar o sorriso dela
De longe;
Que vontade de chorar,
Pois eu sabia que um dia
Ela me diria adeus,
Mas, naquela casa, hoje fechada
E vazia,
Eu a olhava
Com os olhos enamorados
Do coração,
Que vivia na esperança
Que ela me amasse,
Mas não, o adeus frio
Matou a esperança
E eu chorei um rio de lágrimas
Amargas.