Nos salões
Todos vermelhos
Pintados de sangue
De um coração que palpita
Faz morada e habita, portanto,
O eterno amor,
Que renasce a cada desventura
E nunca deixa a alma só;
Mesmo que os olhos dela se derretam em lágrimas,
Nascente de um rio de águas sofridas,
Que, na sofreguidão de um amor solitário,
Precipitam-se numa cachoeira branca e espumante
Até o poço chamado solidão,
No qual muitas almas banham-se
E, agora limpas, iluminam-se
E se perfumam para um novo amor.
O coração não para de bater
E agora, quente e terno,
É morada novamente
Do eterno amor.