Jucklin Celestino Filho

O CRAVO BRIGOU COM A ROSA ( ITABUNA, 29/05/85)

Lágrimas sentidas  caem,

Qual sangue a espargir,

Molhando a face de pranto

Da rosa vermelha que chora,

Despetalada de dor:

Pétalas rubras estendidas 

Pelo jardim que também chora 

A triste partida 

Do cravo que brigou

Com a rosa,  a bela Rosa

Que os negros cabelos enfeitava

Com lindas flores

Do campo, pendidas

Dos galhos dos vergéis a vida. 

O cravo que brigou

Com a Rosa 

De tédio entristeceu,

Vendo norrer no olvidor 

O amor

Que à sua linda Rosa dedicou. 

Todo o enlevo

Que no coração alentava,

Agora , é torrente 

De  saudade, no peito a carpir!

De repente,

Todo o encanto,

Qual fumaça, desvaneceu!

Não mais a Rosa

Os negros cabelos enfeitou!