Qual é?Somos eleitores bocós?,
Cujos candidatos vezeiros,
Os costumeiros
Profissionais da politica
De quatro em quatro anos
Nos visitam
Com mirabolantes planos ,
E caimos
No conto de sereia --
Elegendo maus candidatos,
Não contando os novatos
Que chegam assim de repente,
Numa onda se elegem?
Que sucede , não entendem
Que é como se zombassem de nós,
E ainda nos fazemos
De surdos,
Cegos e mudos
Às cacetadas no lombo recebidas?!
A comidilha
É a festa da partilha,
Na escabrosa carretilha,
Digamos, partilha
Da partilha.
Vejam, atentem,
Tentem compreender
Lendo nas entrelinhas,
As coisas como se apresentam:
Joguetes , patranhas,
Manhas, artimanhas,
Em meio ao dilúvio
De amargas contradições ,
E o abismo tormentoso
Que sobre nós se abate:
O povo desesperado,
Padecendo as mais
Acerbas agruras !
Pois é!
Quem mete a colher
Na gorda bufunfa
Da partilha política
Não é povo.
O povo só serve pra eleger
Esses camaradas de novo.
O bolo incha
Na mão dos grandes partidos.
Também tem fatia
Nessa divisão do dinheiro público
Qualquer partido nanico,
Fundado assim ao arremate,
Muitito, ou tantico
Leva uma bolada
De tantos milhões
Abocanhados mensalmente,
Sem falar
Do toma lá
Dá cá
Prática da velha política,
E ainda dizem estarem
Sob a égide da nova política.
Deixa de futrica ,
Dona Dindira !
Corre , que a bordoada
Vossa mercê, não aguenta!
Não tem essa não!
É bagrinho,
Bagrão , peixinho,
Baleia, tubarão,
Todos se auto-devorando
No rolo do centrinho,
Do puxadinho, do centrão!
Arruma mais os milhões!
Muito mais
Na leva que se agiganta,
Insaciáveis na partilha!