Ganhei uma rosa!
Ainda sinto o perfume em minhas mãos.
Ainda toco o veludo de suas pétalas.
Na verdade…
Não foi dada a mim, propriamente
Mas eu a mereci desde o momento
Em que foi lançada para o ar.
Sua trajetória só durou segundos:
Projetando-se para o alto
Ela descreveu um arco e veio vindo, caindo
Muitos braços se levantaram, ávidos
Mas ela veio em minha direção.
Só precisei erguer a mão no momento certo
E me equilibrar na ponta dos pés.
Logo
A linda rosa vermelha estava entre meus dedos.
Eu, despercebida até então
Vi todos se voltarem para mim
E aplaudirem (invejosos)
Eu, cidadã comum, despretensiosa
Só viera ver o show
E agora, ostentava feliz, a flor.
Quis dividir o presente
Que não era só meu, mas de toda a plateia
Aproximei-me mais
E juntei minha voz à de toda aquela gente
Enquanto o artista se despedia
Homenageando seu saudoso pai, também nosso ídolo.
E, ao fim daquela noite, as notas da velha canção
Emitiram mais que vibrações
Subindo, até alcançar suas estrelas
Com frases e melodia, que todos sabíamos de cor:
“Nasci lá nos subúrbios nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz… “
Foi uma bela noite!