É a espera que corrompe.
Um sentimento de impotência
E quero andar, mas tenho que estar parado.
E a mente mexe, mexe-se em todas as direções.
Penso no que quero e no que não quero
Farpas mentais que quebram o espírito da minha alma
Sinto me preso, num caixão de ideias que não compartilho.
Mordaças, correntes e algemas que me ousam prender e impor um rumo.
Não sei para onde vou nem como vou mas sei que tenho de ir, sempre de sorriso no rosto.
E as mordaças desintegram-se, e logo espalham-se pelo chão, e as correntes enferrujam e quebram, e as algemas já não tem a força para me prender.
E mexo-me, lentamente mexo-me, de olhos fechados sem ter para onde ir.
E tudo é sombras, e tudo não é mais que sombras, entre o real e o imaginário, mas ando e ando para longe daquela caverna, onde me castigam por querer viver.
E os braços, fracos membros, que me erguem a custo
E os passos débeis que me carregam
E cega me a luz ao fundo que me faz mover
Mas hei de contínuar a andar
Até não haver mais forças em mim.
Vejo mascaras, máscaras iguais,
Só Máscaras com corpos de pessoas, por toda a parte máscaras a sorrir.
Um teatro simpático de façanhas.