Carlos Lucena

NO FINAL DO POEMA

 

NO FINAL DO POEMA

Ela conhece tudo de mim
Ela escuta silenciosa meus gemidos
E até os gritos mudos do meu coração
Escreve junto comigo meus poemas
Algumas vezes ela me expulsa porque cansa de mim.
Mas ela é única em amparar, e ela
Aguenta cada uma...
Ela está sempre disposta
Posta
E nunca diz não.
Caladinha
Sente todas as minhas febres
Ela conhece tudo
As dores que sinto
Até quando falo a verdade e quando minto.
Ela tão boa
Nunca reclama
Ela compreende tudo
Até os verdadeiros e falsos amores.
E conhece segredos
Nunca antes revelados
Acolhe os que têm almas
E acalma os desalmados
Pra mim ela é tudo
Porque só ela me suporta
Talvez só ela me entenda
E com ela divido muita coisa
Até minhas doenças
Minhas inquietudes
Meu coração devastado
Meu corpo cansado
Minhas reflexões
Minhas ilusões
E na hora do tédio
Ela é meu remédio.
É submissa
Mas é intensa
Nunca lhe cumprimento
Sou invasivo
E ela tão suave
Serena
Paradinha
Quietinha
Quentinha
Simples
Receptiva
Porém altiva
Me recebe melhor que ninguém
E melhor que ninguém ela me ama!
É especial a minha cama.