Maximiliano Skol

O ABSURDO

E ocorre-me de ser o que hoje sou:

Existente, ignorante do existir, 

Cego de mim, de tudo, em que estou

Perplexo e sem saber como seguir.

 

Vim de espermatozoide que usou

Um óvulo errante a me fundir,

Do acaso um mistério em mim causou

A emblemática vez do meu surgir.

 

E, agora, homem feito e mais perplexo

Prossigo cada dia a me indagar 

Por que tudo denota tão complexo?

 

Se um choro ocorreu-me ao nascer

É que nele o absurdo quis

falar:

Que de nada valia esse viver.

Tangará, 19/11/2019