Leva tempo se livrar
do adestramento social- familiar
Ele te põe minhocas no cérebro,
um Inferrno, corrói! E deixa sequelas...
Não deve fazer isso,nem aquilo!
Moça decente não se dá ao desfrute.
Saber sentar com estilo, fumar é vulgar
Ainda nao estava tão na moda imitar
atrizes holywoodiana. Beijar na boca?
Nem pensar! Era escândalo e falada você ia ficar.
Assim as tradições, velhas concepções
passavam de mãe para filha,sem questões.
Tantas interdições, tantas restrições.
Pior quando vinha embrulhada no papel da religião.
Tudo era pecado e isso na mulher era tatuado.
Vivia-se a mocidade na escuridão já na aurora da vida!
A mulher era como um bonde,
proibida de sair dos trilhos sob pena de punição.
Para casar- o sonho de muitas- a virgindade era a moeda de troca.
Às vezes até o marido era imposto.
Você casava e ia procriar- destino de todas. Uma casa para cuidar,marido para contentar na cama.
De sexo nada sabia,nunca nisso em sua casa se falava.
Um grande tabu. Você aprendia a ser esposa,para isso
foi bem adestrada.
Nunca no prazer da mulher se falava. Quem ousava?
Se tinha sorte,fisgava um bom marido
E era até respeitada,mas era sempre dele as decisões tomadas.
Assim vivia a mulher oprimida,pouco tempo faz.
Isso mudou um pouco, mas nem tanto!
Muitos tratam ainda a mulher como objeto.
E se ela o deixar, chegam a mata- lá
Agindo assim provam ser fracos,abjetos.
Mulher é rainha,mesmo ungida com coroa de espinhos.
Faz jus ao que é , está se impondo mais, sabe o que quer.
Está no tempo de sua redenção.
Com jeito,ternura e carinho tomar sua vida nas mãos.
Vai caber a elas,com a educação que der aos filhos,
Ver finalmente sua valorização e respeito merecidos.
Maria Dorta 17_04_2021