Provo, porque as palavras fluem.
Como doce néctar escorrem,
em suculentas gotas de advérbios,
mas engasgo-me com impropérios
que amargam o meu degustar.
Provo, porque as palavras fluem.
Coquetéis de frases inteiras
consumo até a derradeira,
embriago-me de tal maneira
que me perco entre saideiras.
Provo, porque as palavras fluem.
Sorvo, até os textos que contesto,
pois, palavras são drinques,
suaves ou não, que aprecio,
os quais não canso de deleitar.
Provo, porque as palavras fluem.
Líquidas, pela garganta vertem,
algumas resistem outras divertem.
No fim, todos provam, afinal,
nada como o sabor do ponto final.