A CIGANA
  
Inda moço, no fim da formatura,
 Pegou-me a mão uma jovem cigana
 E disse: - O que vejo não me engana;
 -Hás de encontrar tua alma gêmea e pura!
  
 Nunca vira assim tanta formosura...
 Só que eu, desde o berço, em procura insana
 Buscara, aqui, a perfeição humana
 E nunca cri em fado de ventura!
  
 O tempo passou... Findou-se a esperança,
 Mas aquele rosto em minha  lembrança
 Desde então toda a m!Alma flagela!
  
 E, só agora, entendi com clareza,
 Que nada é por acaso e com certeza
 A linda cigana me dizia dela...!