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Nelson de Medeiros

A CIGANA

A CIGANA
 
Inda moço, no fim da formatura,
Pegou-me a mão uma jovem cigana
E disse: - O que vejo não me engana;
-Hás de encontrar tua alma gêmea e pura!
 
Nunca vira assim tanta formosura...
Só que eu, desde o berço, em procura insana
Buscara, aqui, a perfeição humana
E nunca cri em fado de ventura!
 
O tempo passou... Findou-se a esperança,
Mas aquele rosto em minha  lembrança
Desde então toda a m!Alma flagela!
 
E, só agora, entendi com clareza,
Que nada é por acaso e com certeza
A linda cigana me dizia dela...!