Na rua da casa dela,
A rua da felicidade e da amargura,
Moravam um amor,
Que era ela
E que me deixou com o meu coração em prantos
E um quase amor, chamado Maria de Tal,
Que também me deixou e com a minha esperança chorando.
Toda vez que eu passo por essa rua
Eu vejo as casas
Mas não vejo os rostos delas
E a mágoa ressurge;
O amor, eu amava,
O rosto dela,
Os cabelos dela,
A voz dela,
A pele branca dela,
O silêncio torturante dela,
A presença ausente dela,
Estão emoldurados num quadro
De lembranças pendurado no altar do meu coração,
Sublime e guardados pelo calor do amor.
O quase amor
Deixou-me na esperança de que o quase
Acordasse de um sono profundo
Como amor
E desviasse o holofote que iluminava
O quadro de lembranças e pendurasse
Ao lado dele outro quadro,
Pintado com as mesmas tintas
Da loja Amor
Pelo pintor Meus Olhos.
E cujo modelo
Foi o Quase Amor.