Um vírus se desvirtualiza em pandemia...
Uma brisa se arregimenta em mortandade...
Uma onda se atormenta em devastação...
Um gotejar se hostiliza em calamidade...
Um calor se martiriza em desolação...
Uma estrela do céu desalma o paraíso...
E a vida não é a mesma sem a morte!
Não há esquivas quando não há o que evitar...
Excetuar não é excluir a opção...
Definir há de se limitar...
Uma civilização se ensoberbece em prepotência...
Uma política se encortina em permissividade...
Uma contracultura se aquebranta em coação...
Uma religião se postula em promiscuidade...
Uma ciência se estiola em solidão...
Uma humanidade se dízima de improviso...
E a vida é o estranhamento da própria morte!
Não há saída para os passos a circular...
Acertar não é ter a solução...
Redefinir há de se imitar...
Uma ansiedade se desmistifica em calmaria...
Um orgulho se sensibiliza em sobriedade...
Uma vaidade se simplifica em aceitação...
Um egoísmo se sublima em igualdade...
Uma inveja se renuncia sem comparação...
Uma alma se emancipa em amorismo...
E a vida já não resiste sem reviver...
Só há o resgatar se há o que desapegar...
Regressar é possuir a continuação...
Ilimitar há de se indefinir...
iAmAi
2.007/11/29