Francisco Martins Silva

Relatos de uma solidão

Passaram-se tempos sem que te olhasse,

Oh lendária alma dos meus sonhos,

Fizeras falta e a provocares meus prantos

Numa intensa saudade a amargurar-me.

 

 Vivendo, pois, eu na solidão em desencanto

À lamuria e tedio então me entreguei

De dor cantei e chorei

Só em recordar-me de teus encantos.

 

 Escrevi-te várias cartas e bilhetes

E passei a alimentar a esperança

De novo te rever,

E libertar-me da solidão que estava a viver.

 

 Agora, pois, que voltaste

A alegria e a paz no meu peito renasceram

E os prantos, a saudade e a dor

De meu destino se perderam.