O último poema...
Queria pincelar em ti, todas as nuances
Ser exímio artista, dar-te em essência, todos os sentidos
Mas, na alma o olhar, da poesia se esconde
Hoje nado em mar sombrio, sou o ser perdido
A noite passada, nem vi estrelas... pensava sonhar, e nada...
A lua, detrás das nuvens se escondeu
A poesia silenciou na alma cansada...
Pincelo em ti dores, quando apenas queria, dar-te cores
O sol nasceu devagarinho, parecia sentir minha triste aura
Permaneci aqui, passarinho no ninho
Esquecendo-me, das dores e das horas...
Porém, o sol não se conteve, entrou pelas frestas da cortina
Pude ouvi-lo dizer eufórico: “ Desperta, menina!
De repente, um pensamento me ocorre... não vivi tudo ainda...
Então a alma se solta...O sol cobra, há tanta vida lá fora!
Viver é assim, tela de amor e poesia...
Na dor, pincela-se cores de melancolia
Se há alegria, a tela se faz plena, a vida, parece pequena
A poesia tem aromas, nuances de felicidade
Se for este, meu último poema, saberão
Vivi a poesia, e nem fui poeta de verdade...
Ema Machado 10/04/2021