Abel Ribeiro

Flores e espinhos

Humanos são de fato que nem gato,

Muitas vidas pedras no sapato

 

Humanos são seres de amor e ódio

Matéria de dor, prazer e ócio

 

Humanos parecem certeza e incerteza

De ser e não ser com firmeza

 

Humanos são como um galho fraco

Quebram no primeiro grande fato

 

Como funciona a humanidade?

Como são seus passos e imagens?

São contraditórios mesmo tempo?

Eles choram de alegria, riem de tristeza

Negam a si mesmos, falam de si mesmos

Comem no mesmo prato e na mesma mesa

 

Então...

O homo sapiens

É um doce paradoxo

Um amargo negócio

Que se descobre no ócio

Vendo, vivendo e sofrendo

Dia e noite; frio e calor

E o sol nascendo.

 

Não...

O “homus herectus” não é perfeito 

Possui uma razão “in natura”

É uma doce criatura

Ser indolente e silente

Sapiente e demente

Que inveja e mente

E às vezes contente

Anda na contra mão

Briga com o irmão

E depois vira gente.

 

Amanheceu...

Nasceu outro homem

Sofreu de novo

Amou de novo

Morreu de fome

Morreu sem nome

O novo velho homem

Virou lobo do homem.

 

Abel