Vivia flertando
Com o precipício
Desde o princípio
Nunca acreditou
Que a sua busca acabara
Tanto tempo se passara
Fizera tanto sacrifício
Que encontrar o amor
Era para ser tão difícil
E então encontrou
Mas como?
Alguma coisa estava errada
Ele sempre dizia
Eu te amo
E ela continuava inconformada
Achava que não merecia
Mantendo a alma fechada
Recusava ajuda
Se abrigava na poesia
Conversando com Neruda
Todo dia uma prova
Buscando uma contradição
Sempre e sempre
Sempre a mesma questão
As vezes uma pergunta nova
Mesmo ouvindo o que gosta
Não conseguia uma boa resposta
Que lhe desse satisfação
Em busca da resposta perfeita
Não encontrará a receita
Nem descobrirá solução
Pois nunca estará satisfeita
Até se reencontrar com a solidão...