Bateu o portão e saiu correndo, mas no meio do quarteirão lembrou da mochila com a marmita. Voltou com medo de perder o ônibus das 07:00, que nesse horário vinha lotado. Se tirasse o pé do chão, não dava pra por mais. Enquanto esperava no ponto, notou que tinha uma moça com uma bolsa a tira colo. Olhou disfarçadamente de cima em baixo na moça, ficou sem graça quando viu que ela percebeu seus olhares. Pensou com ele mesmo, que idiota eu sou. Mas não contente com a mancada, caiu na besteira de perguntar o nome da garota. Não te interessa foi a resposta, passou mais uma vergonha.
Todos acharam um absurdo a falta de educação daquela moça tão bonita, mas ninguém disse nada. Só ficaram olhando de rabo de olho. Deivison seguiu viagem, quando estava próximo do ponto final, só ficou ele e a moça de passageiros no ônibus, ela se levantou, procurou em um bolso, no outro, abriu a bolsa, jogou todas as coisas no banco e nada. Tinha perdido o dinheiro. E agora que vergonha, ter que falar com o motorista pra deixar passar por debaixo da roleta. O motorista disse que não tinha como fazer isso, por que tinha monitoramento de câmeras e ele poderia perder o emprego.
Foi nesse momento que Deivison se levantou e se ofereceu pra pagar a passagem da moça. Antes de ir embora, depois que desceram do ônibus, a moça toda sem graça, agradeceu o gesto de gentileza e pediu perdão por te-lo maltratado no ponto ônibus. Deivison disse que só perdoaria se ela passasse o número de telefone dela. Ela para não parecer novamente deselegante passou o telefone. A moça se despediu com um beijo no rosto e um sorriso. Daquele dia em diante nunca mais deixaram de se falar, só quando Natalia foi ter seu primeiro filho de Deivison e não podia entrar com celular na maternidade.