Hébron

O céu e o trovador

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É como buscar o ouro no mais longínquo ponto do espaço...

 

A distância me pertence e o tempo passeia por mim, acariciando-me em atalhos meus planos imponderáveis...

 

Mas sou indiferente ao meu orgulho!

 

Sou o céu e escolho a inspiração como instrumento mais fecundo, indo sempre além do que se pode perceber...

 

Minha existência é baseada no amor que toca até quem não crê!

 

Inspiro a crença do paraíso, do sublime eldorado dos arcanjos, da eternidade feliz, angelical e celestial! Mas viro imagens de sóis, luas estrelas e cometas a circundar as mentes extasiadas no gozo do prazer...

 

Aquele homem, trovador lírico apaixonado, que me fitava em sonho e admirava minha constelação a enfeitar-me o véu desde antanho se perde nessa quimera que a fantasia lhe trouxera, desprezando a realidade, aproximando-se de mim...

 

Se me visse despido da lua e das estrelas, veria a revelação do meu dia, ilusão da luz que esconde as minhas grandezas e toda a dimensão que me alivia, em todas as constelações da minha alegria...

 

Em seu devaneio de paixão em versos e canção, desvelaria-se toda sombra, toda fraqueza, toda aparente insignificância e tudo que ainda marca sua essência humana...

 

Também desvelaria as marcas de toda luz que emana e de todo o poder da criação sem cessar, e que por vezes me ilumina em clarão quando sou noite...

 

Desvelaria ainda a centelha em seu coração que cada nebulosa me abrasa...

 

Aquele homem, trovador lírico apaixonado, faz o universo pleno de expansão que me devassa!

 

E na sinfônica dança de astros em todo canto dos meus encantos, no meu quântico deleite sideral, continua a me fitar em sonho...

 

É como buscar o ouro no mais longínquo ponto do espaço...

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