O que impacta o se ver, nem sempre o é.
Às vezes, a imagem embaça,
suaviza e refresca o sentido,
espelhando pedaços indominados,
concedendo um mediar à libido.
Uma exposição de sonhos se projeta,
belicosos pensamentos despontam,
e vontades são jogadas a esmo,
sem mordaça, aliciam e encantam.
Na passagem da ida ou da volta,
a surpresa distingue e supera,
do simples franzido na testa,
a risos, micagens e quimeras.
Cabelos se arrumam, desabituam,
roupas se ajeitam na extremidade,
motivos não faltam pro devaneio,
numa gestual sedução da vaidade.
O reflexo dita a postura,
consumindo o tempo visado,
facilitando o ver de um outro lado,
uma razão maneável de viver.
O que parece vistoso, às vezes, o é.