Olho pela janela,
janelas me olham.
Imagino, o que pensam.
O que tentam dizer,
seus desejos e súplicas,
entreabertas ou fechadas.
O que têm a esconder
por trás de cortinas,
as crises reprimidas?
O tentam mostrar
por trás do reflexo do vidro,
o casamento perdido?
O que querem esquecer
por trás do vidro fumê,
a agressão descabida?
O que suplicam compartilhar
por trás das venezianas,
a solidão espartana?
O que desejam apurar
por trás de indiscretas janelas
além de sentimentos e mazelas?
“Suspense” e súplicas no ar,
pelas janelas da curiosidade
a irresistível intimidade no olhar.