RECLAME
Chico Lino
(Ao Geógrafo, Maestro e amigo Fernando Teixeira
Em memória)
Quando enterramos nossos
Mortos sem esperança
De germinação
Não fazemos ideia de onde
Ou quando
Ou se o futuro nos trará flores
Aí meu coração se aperta
Vem caudalosa à tona
A soma de todos os medos
Cheia do Rio Doce
Infância
Insegurança
Números
Inúmeros
Projeções agressivas
Para sempre imperdoáveis
Números
Quando a vida se nos apresenta
Cada vez mais morte
Sentimos tontos
Sentimentos
Tantos
Estamos
Somos próximos
Contingentes
Gente
“Precisamos de sangue
Qualquer tipo!”
É o reclame do Hemocentro
Brasileiro