Eu e a solidão
As vozes silenciaram, passos perderam a pressa
Só a solidão, coisa esquisita e incompleta
Sentou-se na sala...
Não sei como, mas somente agora a percebi
Veste-se de cinza, semblante triste
Permeado de vazio, o traz, mora em si...
Sentada na sala, não ouço mais tua fala
Apreciavas tanto chamar por mim...
Eu, em meu universo paralelo, irritadiça resmungava
Impaciente, por sua total dependência sem um fim
Afinal, sempre fui a sombra, uma lembrança banal...
Agora, não ouço sua fala, as vozes silenciaram
A solidão sentou-se na sala
Acostumei-me a ela, ela a mim
Sua voz partiu... não doí mais, enfim...
Ema Machado