Maximiliano Skol

AH, SE EU PUDESSE...

Ah, se eu pudesse ver o invisível,

Se eu pudesse sentir uma falácia,

Se eu pudesse ouvir o inaudível,

Se as cores todas fossem de violácea,

 

Se percebesse falso o que é tangível,

Se eu ao menos tivesse a pertinácia

De afimar-me com fé o nunca crível;

E se assim eu tivesse tanta audácia 

 

Talvez eu atingisse o inalcançável: 

Toda a gente de mim invejaria

Minha felicidade inconfessável 

 

A ponto de julgarem patogênico

Meu modo de sentir e que seria 

O típico de ser-me esquizofrênico.