Filipe Miguel Baptista Pires

Finjo que respiro.

 

Depois que foste embora,

Nada faz mais sentido,

Não sou ninguém agora,

Falhado amor prometido.

 

Não sei como falar,

Não sei como agir,

Não sei como pensar,

Só sei como fingir.

 

Finjo que respiro,

Este ar que me contamina,

Sem ti morrer prefiro,

A cada passo uma mina.

 

Por entre as gentes na rua,

Sou diluído como os loucos,

Perdido na sombra da lua,

Me deixo levar aos poucos.

 

Não sinto mais teu perfume,

O paraíso virou inferno,

Tua ausência levou esse lume,

E o verão ficou inverno.

 

Depois que foste embora,

Já só sei como se mente,

 Vivendo do passado agora,

Já esqueci como se sente.