Do apelido Caribano,
eu não posso desdenhar.
Apenas rogo o direito,
de poder argumentar.
Com o devido respeito,
não quero lhe magoar.
Baiano sempre serei.
Nordestino orgulhoso.
Nada contra cariocas.
Não quero ser afrontoso.
É só questão de raiz.
De um coração amoroso.
Reconheço a sua beleza,
cidade maravilhosa.
Cantada pelos artistas.
Sempre linda e charmosa.
Mas prefiro a Bahia.
Que louvo em verso e prosa.
Pró Rio vim de visita.
Conhecer o meu neto.
O vírus me segurou.
Mas compensou o afeto,
da família e amigos.
Mas vou voltar pró meu teto.
Visitarei sua cidade.
Faremos cordel a 4 mãos.
Carlos Silva, és meu mestre.
Incentivou minha paixão.
De colocar no papel,
meus sonhos, amor e emoção.
Vou rever os meus amigos.
Passear no Pelourinho.
Curtir samba de roda,
tomar um bom cravinho.
Comer muita acarajé.
Ouvir meu rei e painho.
Passar a tarde em Itapoan.
Banho de mar na Ribeira.
Por do sol em Humaitá.
Viver sem eira nem beira.
Comer moqueca de siri,
sem um puto na carteira.
Cantar puxando a rede,
com amigos na Boca do Rio.
Saldar a mãe Yemanjá,
com respeito e muito brio.
Sentir a rede pesar
com Xaréu, isso eu aprecio.
Paulo e Januário,
Geladinho, Pequeno,
Nego Agô, Caboclinho,
Dui, Cacau tão sereno.
Barriga também Picolé,
deixam meu coração pleno.
Comer peixe na sapeca.
Cabo Du e sua falação.
De quando era bem moço,
o brega sua paixão.
Época em que para dançar,
tinha que comprar o cartão.
Beber no Viola Vadia.
Do amigo Neto Bala.
Tomar uma em Cabeça.
Na Gamboa comer cavala,
com Jô, Boquinha e Paturi.
Já estou fazendo a mala.
E antes que me critiquem,
esclareço consciente.
Só depois da vacina.
Com álcool na mão e na mente.
Sei que sou um porra louca,
mas ele que é um demente.
A Bahia é o meu estado.
Minha vida e inspiração.
Lá conheço muita gente,
que aquece meu coração.
Coloque o feijão no fogo,
estou voltando meu irmão.