Quando me percebes
em voos muito baixos,
sou apenas bruma.
Mas, envolto em meu ser
tenho prazer em te perder.
Quando sou Cunulo
sou Nimbus, sou forte.
Com medo do meu porte
não queres o meu acumulo.
Não que isso me importe...
Quando preciso chorar,
a derramar minhas lágrimas,
queres um choro de prazer
que não te atormentes e,
sem tormenta, te deixes viver.
Quando sou tormenta
choras, rogas pelo meu fim,
pois, apenas, não aguentas
tamanha força que carrego,
como verdade, em mim.
Tão vigorosa intensidade
expõe, clara, a fraqueza
da tua frágil humanidade,
pois, com temor, apavora-te
com a minha franca natureza.