Carlos Lucena

ANARQUIA

ANARQUIA

Não decifro meu verso Nem cultivo
um perfeito cântico.
A letra já me é um universo
Ora lírico ora romântico.

Às vezes das flores
Me basta o vaso
E sem as regras dos amores
Às vezes simbolista outras parnaso.

Não procuro a métrica perfeita
Nem nos endecassílabos
A perfeição.
Busco a lira que deleita
Mas não busco a letra em presunção.

Não vejo necessidade em ostentar a rima
Não vou florir de flores secas a poesia
Prefiro um solfejo que anima
Do que letras vagas em demasia.

Naturalista
Renascentista
Cubista
Futurista
Dadaísta
Não me anima a forma e seu desenho
Apenas o engenho das palavras
O que por hora tenho!