INERTES
Olhares mudos
Bocas cegas
Perdidas
Sem beijos.
Mãos vacilantes
Sem desejos
Almas lancinantes
Espetadas
Em gritos
Em mórbidos ritos.
Corpos
Frágeis espíritos
Presos aos seus leitos
Perdendo os sonhos
Imóveis
Dilatando os peitos
Rígidos, medonhos
Não choram
Nem riem
Também não imploram.
Não são nada
Não têm nada
Nem lhe restam um caminho
Ninho.
Não têm mais caminhada
Não tem dança
Nem lhe sobra esperança
Não lhe sobra mais nada
Nem mesmo o pó da estrada.