O PESAR DE UMA PERDA
A dor da partida
jamais deve ser equiparada à alegria da chegada
porque quem chega passa a sensação
de que irá permanecer entre nós por um bom tempo,
mas, os que se vão jamais retornarão:
hei-nos, pois, de permanecermos numa posição de eternos aguardantes solitários: a esperar por quem jamais será, de novo, encontrado, visto ou esperado... Jamais tornaremos a ver, ter, sentir... sentir...
O jamais: sentir que um dia tivemos a oportunidade de usufruirmos e compartilharmos o tudo que a dita dispôs e agora apenas desejamos que o tempo retorne a nós a dita que já se fora: a perda decepciona!
O jamais: não temos uma joia do poder para manipularmos o tempo ao nosso bel prazer; querer; poder... apenas lágrimas restam para quem fica: a perda irrita!
O jamais tornou-se real e presente. Somos incapazes de reagirmos a ele, somos dele, cada um de nós ao seu tempo... Deveríamos ter aproveitado, mas, não atentamos para a possibilidade da perda:
ergam-se, agora, as cabeças perturbadas pela outrora vida alegre: vida feliz, vida vivida ao redor de quem sempre se jurou amor, paixão, tesão... esperemos, assim, a nossa vez de partir e, com isso, deixarmos aqui outras ditas a sentirem o mesmo que agora estamos a sentir: o pesar de uma perda...