Carlos Daniel Dojja

DA UTOPIA

DA UTOPIA  

 

Quero encravar minhas mãos,

A terra habitada pelo labor,

E dela retirar, sulcos e raízes,

E o fazer germinado.  

 

E em cada manhã, em que se debruça o dia,

Celebrar o brilho do olhar,

Que percorre o sonhar dos homens,

E urrar e gestar as dores do parto.  

 

Para assim embeber-me,

De todas as esperanças,

Que se agarram aos pés dos andantes,

Para me engravidar de utopias.  

 

Para uma mãe com o filho entre os braços, no Campo de Calais, França, procurando um lugar para viver.  

 

Carlos Daniel Dojja