Tudo e todos se desgastam
As grandes corporações
A mansão, o casebre, os aviões
A fragrância que se esvai,
Os sabores que se desfazem
Tudo é efêmero!
Tudo é volátil e tênue A tenacidade ficara na lembrança
O amor, o dissabor
O clímax, o crime, o creme
O bolo de chocolate
O café, a coca-cola A comida indigesta
A reunião massante A festa
Os banhos nas praias
Os aranha- céus
Somos carbonos
Solidão, abandono
Crianças, jovens, velhos
Presidentes, coletores de resíduos
e impostos
Todos submetidos ao desgaste
Somos oxidaveis
As válvulas, as veias
e os vinhos
E seus números de séries
expostos as intempéries
Belos e feios
Ricos e famosos
poetas e pets
embaixo do mesmo sol
Se esvaindo aos poucos
Entre dores, alegrias
e esperança
Todos fluêm na ampulheta,
no filtro somente
os pensamentos
e as ideias ficam retidos