Negra mortalha que meus olhos veste,
À sombra do passado que morreste.
O lírio dos sonhares que me deste
Nos místicos caminhos floresceste.
N\'alva pálida ao brilho dos luares,
Embalado por versos solitários,
Que sonhei co\'o fim dos meus pesares
Na luz triste dos círios funerários.
Riste o teu riso de melancolia,
No peito, ó alma silenciosa,
Enquanto não partires daqui um dia...
Há de florescerem nos dias pulcros,
Os nossos sonhos como branca rosa
N\'alameda flórea dos sepulcros.
Thiago Rodrigues