Enquanto tudo dorme...
Observo, a falsa calmaria da noite
Uma túnica de euforia... Cobre-me
Por um ínfimo instante, a deslizar no salão
Uma pista... e suas luzes incertas
O que não daria, por este breve instante?
Um ‘blues’, como magia serpenteia no ar
E um rodopio... Sacio para pernas inquietas
Fecho os olhos, e a melodia a soar
Embriagantes, sândalo e outros perfumes tantos
Meus ouvidos giram, a vigiarem os espaços...
Um tango... Outros ‘blues’... Um clássico...
O olhar pousa, no vazio ao lado
A euforia desliza, despe-me...
Sinto frio, vejo-me nua sem ela...
Como eu, uma meia-lua esconde
Detrás de uma nuvem disforme
Sou eu e ela... Enquanto tudo dorme...
Ema Machado
18/03/21