Ema Machado

As curvas do horizonte...

 

 

O olhar passeia pela linha do horizonte

Desenha-se em belas sinuosas curvas

Silhuetas lânguidas, de montanhas e montes

Ali, elevam-se os picos, tentativa vã em tocar o infinito...

Quantos segredos, devem ouvir? Ao ocultar o sol fugidio

Esgueira-se e esquece, partes da roupagem flamejante

Ao longe, a lua esperançosa segue o rastro do amado

Quem sabe, os picos deem a ela algum recado...

Quantos segredos ali, jazem imóveis em alguma fenda

Moradas de bichos, aves, e nascentes

Que, há muito, saciam a tanta gente...

O olhar retorna, agora descansado

Ali, sempre encontra repouso

Acordada contemplo, ou tenho sonhado...

 Ema Machado