O fruto colhido do pé,
com golpe certeiro,
abre-se por inteiro,
exalando seu aroma de fé.
Sua polpa, em louvor,
espraia aroma adocicado
para o paladar mais apurado,
para além do “umami” sabor.
A semente da polpa é sacada,
seca, em ladainha sagrada,
nos terreiros sem umidade,
buscando-se a tenra densidade.
Agora, com as sementes curadas,
as amêndoas são ensacadas
e percorrem longo itinerário
até o momento do seu ofertório.
Limpas, descascadas e torradas.
Agora, manteiga, pó e licor,
em louvor, são consagradas
com leite e açúcar a compor.
Temperado e moldado,
surge um doce sem par,
o chocolate, seu pecado,
para comer e rezar.