Shmuel

Entre prosas e poesias, vaga um velho vate

Entre prosas e poesias
caminho rompendo 
noites e dias
Se no inspirar, as vezes míngua 
os versos,
Lembre-se, somos poetas 
seres complexos.

Invada-me com suas guloseimas vocálicas, da sua boca             
escorrem caldas cálidas
E entorpece o poeta
o caçador de palavras raras
Palavras como;
indelével, indefectível
O poeta é um ser híbrido 
Nasceu do cruzamento
entre a verdade e o inverossímil.

Lá do topo da montanha, 
a poesia se joga e jorra 
como lavras,  
Entre prosas e poesias 
Tretas e letras
Vaga o bardo
e suas fiéis guias
tristeza e alegria.

Assim é a saga do
 velho vate
cheio de tiques e Toques
Flerta com a dicotomia.            Convive entre o
 herege e a heresia 
Tentam se estabelecer
No crepúsculo, agora é tarde
Pois os versos tem poder.

A poesia ignora as medidas
sofre de disritmia 
É moça folgosa
Nas camas da vida
Repousa e gosta da suave
colcha de algodão
Não faz por dinheiro
Nem por concessão. 

Mas em vosso coração
empedernido como aço
Você insiste na métrica,
No compasso
Mas em Ad eternum, 
a poesia não tem regra
chuta o balde e o
traseiro do palhaço
e manda tudo 
pro espaço.