Quando alguém for contar-lhe uma história,
não ignore, não recrimine, nem comente,
escute, com muita atenção,
seja acessível, sereno, paciente.
Não julgue, ainda que seja preciso,
espere o momento p’ra se manifestar,
não atravesse o raciocínio
do que está sendo posto a escutar.
Refrigere bem seu coração,
para que a lucidez sempre prevaleça,
não misture calma com omissão,
nem deixe que a insensatez se estabeleça.
Se posicione quando for necessário,
pois quem é real não se apavora,
ainda que a história tenha aparência vil,
saiba que o que não presta, se deteriora.
E se tudo parecer difícil,
construa uma ponte no seu interior,
para que haja sempre uma passagem
segura, tenaz, repleta de amor.