A voz rouca da poesia
cobra que os ímpios,
não rujam leoninos,
olhem para os princípios
e sejam, apenas, comedidos.
Aceitem a força dos versos,
abandonem brados infames
pelas palavras, pepitas lavradas
nos córregos frasais errantes
e participem desses universos.
Fantasias construídas de poesia
sustentam ideias complexas,
com a força da corda na polia
que transferem, perplexas,
densas cargas de pura euforia.
Apesar de a voz quase silenciar,
ouçam, nas estrofes, a poesia
que, no todo dia, sustenta o ar
com a densidade da rebeldia,
fazendo todo rugido calar.