Estou perdido e não sei o que fazer,
Não sei qual rumo devo seguir,
Não sei qual caminho devo trilhar,
Não sei qual decisão devo tomar,
Nem sei se a minha indecisão é real.
Estou aflito como sempre estive,
Escrevendo na madrugada,
Esperando algo acontecer,
A realidade parece um sonho na minha cabeça
E o sonho parece mais real que o mundo externo.
Tenho passado mais tempo sonhando sonhos que nunca realizarei,
Tenho passado o meu tempo interpretando vários personagens
Imaginado tantos \"egos\", tantas coisas que eu poderia ser, mas não fui
Tanta coisa que eu queria ser, mas não posso, tantos talentos que eu queria ter, mas não tenho
Tudo como forma de negação da minha própria realidade,
Não sei se é repulsa da minha existência ou saudades das sensações que nunca tive.
Escrevo esses versos, pobres versos, como uma forma de me automedicar,
A minha terapia é colocar em versos o que sinto e penso,
É transformar em arte, todas as minhas expressões, impressões e contradições,
Se o que eu faço é arte, então é na arte que me encontro.
Nos versos, sinto-me leve, como alguém que encontrou o sentido das coisas,
Sinto-me renovado, como um novo batizado na fé,
Sinto-me vivo, como um homem apaixonado que o coração arde de amor.
Fujo da arte, mas a arte me chama,
Escondo-me da arte, mas ela me invoca,
Perdo-me fora da arte, mas é nela que me encontro,
Não posso deixar de falar, de escrever, de gritar,
A palavra é o remédio da alma,
A terapia do coração,
O amigo leal,
O amante fiel,
O pai presente,
A mãe afável,
Um professor,
A oração da alma,
A resposta silenciosa de Deus,
A palavra é um pouco de tudo,
É um pouco de todos.