O sonho é rio plácido,
adormecido em seu leito
até a foz do esquecimento
de memórias e lamentos.
Nas águas turbulentas
do mar das lembranças,
deságua, caudaloso,
em busca de esperanças.
Faz do pensamento corrente,
guia para águas da sensatez,
onde pesadelos são afluentes,
indesejáveis, porém, inerentes.
Nas ilhas das boas memórias
o sonho, agora, onda cordata
quebra em sonolenta praia,
acordando para a vida abstrata.