À noite, tudo serena, mesmo com luz!
O orvalho, na folha pequena, reproduz!
Os bancos, na praça, expõem uma gelada
tristeza, ausência de alguém, noite calada!
Talvez, a penumbra noturna, fria e sem graça,
Seja eterna e alimente-se do rancor, como traças
retirando da roupa a sua alma, seu odor!
E materialize os teus defeitos, a tua dor!
Nesta noite triste, nua, de luz à espreita!
Que apenas a névoa sirva de cortina
para esconder a tua perfídia, o teu desamor!
Pois ela não estava lá, desta feita.
Tu conseguiste, com ódio pintado na retina,
destruir, não só o amor, mas a poesia perfeita!