Meno Maia Jr.

A POESIA PERFEITA

À noite, tudo serena, mesmo com luz!

O orvalho, na folha pequena, reproduz!

Os bancos, na praça, expõem uma gelada

tristeza, ausência de alguém, noite calada!

 

Talvez, a penumbra noturna, fria e sem graça,

Seja eterna e alimente-se do rancor, como traças

retirando da roupa a sua alma, seu odor!

E materialize os teus defeitos, a tua dor!

 

Nesta noite triste, nua, de luz à espreita!

Que apenas a névoa sirva de cortina

para esconder a tua perfídia, o teu desamor!

 

Pois ela não estava lá, desta feita.

Tu conseguiste, com ódio pintado na retina,

destruir, não só o amor, mas a poesia perfeita!