Amor Silente...
O corpo jaz envolto pela mortalha do vazio
Cobre caminhos, dantes traçados por tuas mãos
Na pele, paira agora o abraço frio
Da esquálida e maléfica solidão
Resta apenas, lembrar-me em desespero
Do êxtase a consumir, ao entregar-me a teus beijos
Chamas, a percorrer o corpo inteiro
Hoje, daquele fogo, nem cinzas vejo...
Nessa masmorra em que me encontro
Nem teu retrato tenho à mão
Nada desfez aquele encanto
Do instante em que entreguei-te o coração
Sou hoje, aquela peça esquecida
Cena perdida de um palco qualquer
Sou a roupa que se perdeu a medida
Acomodada no armário, não mais se quer...
Ainda posso sentir o tato...
Guardo o desejo na mente
Teu cheiro paira, desperta meu olfato
Teu nome... Meu amor silente...