TALVEZES
Talvez eu seja o rosto que não esqueces
O silêncio do teu grito
O sangrar da ferida
Talvez eu seja tua saudade...
Quem sabe a ladainha, tua prece...
Palavras contidas, teu sonho recôndito
Tua lágrima retida
Ou mesmo tua falsa verdade...
Talvez eu seja a saciedade ou tua fome
O frescor do outono em tua pele
O perfume das flores na primavera
Ou delas os espinhos...
Quem sabe o desejo que te consome
Que a fugir te impele...
Descobrir, quem me dera
Que posso ainda seguir teu caminho!
Quem me dera apagar os ‘’quem sabes’’
E todos esses talvezes!
Desvendar, junto a ti, as incertezas
Ser o bônus, teu presente...
Deixarmos de ser dependentes das lembranças
Vou me encontrar nas águas de teu mar
Inundar teu sonho de esperança!
Edla Marinho
20/03/2015