Meu barco, encalhado na areia
As fortes ondas vem-no açoitar
Embatendo até que a maré cheia
Leve meu barco de volta pro mar
Agasalhada, na popa, de poncha
Semideusa, refulgente ao luar,
Voz em som espiralado de concha
Lendo poesias e cantigas pro mar
Cessa o vento e escuto a sereia
Na água a lua, e sua cor de âmbar
O cantar intenso minh\'alma recreia
Fazem duetos, cantando pro mar
Na tarca do tempo viverá o poema
Que o vento fugaz soube espraiar
Pareço ouvir a poesia em pocema
Quando ela e eu fugimos pro mar