...und die sonne stand am himmel, als wäre nichts geschehen
Doch in ihren augen konnte man die tränen sehen
...und die sonne stand am himmel, als wäre nichts geschehen
Und in ihrem blick konnte man die trauer sehen
(Chris Pohl)
Eu vi o ouro que não vale nada.
O ouro cujo brilho não se enxerga à noite,
Engolido pelas trevas milenares;
O ouro que desaparece no pó
Dos quintais do passado esquecido,
Ou se funde no solo úmido de chuva
De uma inconsolável tarde de sábado.
Vi a preciosa e brilhante riqueza,
Delicada e macia como a seda,
Cintilar em vão.
Vi sua luz de nada encantar,
De nada valer,
De não ser contemplada por ninguém.
Como uma brisa que a pele não sente,
Percebi suas asas de fortuna baterem,
E pelo sopro incompreensível ser levado para longe.
Senti sua presença onde havia fartura de ausência.
Como um sol que envia seus raios a um quarto agora vazio,
Sua opulência é a tristeza
De um adorno denotando a pobreza
Do amargo abandono.
Dolorosa ironia...
Vi o ouro desprezado no aconchego de braços de mãe
Reluzir impassível diante das muralhas
Que guardam vis vaidades.
Eu o vi seguir quem dele fugiu.
O ouro insiste em brilhar
Como a vida insiste em ferir os que vivem;
Como o oxigênio que está em toda parte e envenena;
Como a água que faz girar o moinho
E desaparece na seca de setembro;
Como o espinho da roseira insiste em viver
Ao lado da atraente flor.
Provei o gosto da vida sem gosto;
Molhei de lágrimas a poeira do caminho;
Ergui a mão esmolando o olhar do Rejeitado;
E o ouro que vi brilhar,
Eu, recolhido em meu labirinto de frio e pedra,
É a riqueza que sequer é dada a muitos reis,
É a ventania que trago dentro do peito,
É toda a substância que compõe o resplendor de minha miséria.