Um nada à espera...
Queria rasgar as nuvens, para oferecer-te o pôr do sol
A noite colheria para ti, estrelas do éden
Se da terra não pudesse, far-me-ia para ti farol...
Se arrancasse sorrisos, que de teus lábios, não vêm
Subiria ao trono de Afrodite, tornar-me-ia o ser imortal...
Como o vazio sigo, barca no rio do além
Conto as horas que não o tenho em meus braços
No relógio dançam, nessa interminável ciranda
Urgem, seus intermináveis passos
Minha urgência, como a das horas, não o alcança...
Pobre, mim! Perto de ti, sou ainda criança
Se entendesse de sentimento
Nunca o atrelaria, a minhas andanças
Nesse interminável sofrimento
Sou sombra, que nunca o alcança
Sou pra você, lacuna no tempo
Ou mesmo, eterna quimera...
Ema Machado.