When I was a child, I had a fever
My hands felt just like two balloons
Now I\'ve got that feeling once again
I can\'t explain, you would not understand
This is not how I am
(David Gilmour/Roger Waters)
Mesmo estando vivo
E não vivendo mais,
Ainda estou aqui.
Mesmo exalando odores da morte,
Encarnado no obscurantismo,
Habitando no vale dos ignorantes,
Ainda estou aqui.
Muitos anos se passaram...
Para ti, eram piscar de olhos do tempo.
Senti cada ferida
E ainda estou aqui.
Milênios virão,
Eras sucederão eras,
E ainda estarei aqui.
Não há morte que me vença,
Nem tua vontade.
Nem teu ódio ou indiferença.
Eu ainda estou aqui.
Mesmo que teu vendaval
Tenha levado todo e qualquer vestígio de vida,
Toda paz inutilmente sonhada,
Toda esperança que nunca houve,
Ainda estou aqui.
Se tivesse ido embora toda lágrima
Toda lembrança e o novo sentimento,
Eu ainda estaria aqui.
O passado não te interessa.
Em ti se fundem presente e futuro,
Eterno assistir de desgraças e desgostos,
Desânimo diário até o último dos dias
Que jamais chegará.
Eu ainda estou aqui.
Para lamentar, chorar, lembrar,
Saber, sentir, olhar o teu céu
E nada entender, nunca te achar.
Ainda estou aqui.
Porque aqui me plantaste como uma de tuas cruzes.
Porque aqui me puseste para pajear teu descaso;
Porque aqui eu me canso em teu eterno descanso.
Ainda estou aqui
Livre de correntes,
Preso na liberdade de sofrer até quase morrer.
Mas, ainda assim, tenho que ficar aqui.
Ainda estou aqui.
Estátua viva de teus caprichos,
Tua concreta loucura,
Tua covarde insensatez.
Ainda estou aqui.
Velhas novidades, novas invariáveis,
Não importa.
Para tua glória
Eu ainda estou aqui.
Para tua desgraça
Eu ainda estou aqui.
Não importa.
Ainda estou aqui.