Marcelo Veloso

O’U DA VEZ

 

O bola da vez

fala asneira e faz chacota.

O bola da vez

é embusteiro e idiota.

 

O punga da vez

tem boca-suja e mente imunda.

O punga da vez

quando fala provoca barafunda.

 

O bolha da vez

tem maldade e preconceito.

O bolha da vez

tem inveja e despeito.

 

O pária da vez

não tem afeto, nem coração.

O pária da vez

é um baita sem noção.

 

O bronco da vez

troca as mãos pelos pés.

O bronco da vez

não sabe nem o que é viés.

 

O poluto da vez

só quer cuidar dos seus.

O poluto da vez

sente-se todo-poderoso, um semideus.

  

O banana da vez

é um amontoado de asco.

O banana da vez

é um recordista de fiasco.

 

O peso da vez

é um falacioso, um estorvo.

O peso da vez

é um alvoroçado exterminador do povo.

 

O biltre da vez

é um contador de lorota.

O biltre da vez

está levando tudo a bancarrota.

 

O pulha da vez

é uma figura patética.

O pulha da vez

não sabe nada de ética.

 

O brusco da vez

é um tosco, um tirano.

O brusco da vez

não está nem aí pro ser humano.

 

O parvo da vez

é uma mentira fabricada.

O parvo da vez

não é sequer um, é zero, é nada.

 

O coisa da vez?

Quem fez? Quem pariu? Quem me diz?

O troço da vez?

- Se deixar como está, vai acabar com o país!